quinta-feira, 25 de julho de 2013

A montanha...





Há montanhas exteriores e montanhas interiores. 
Só a sua presença já nos acena, nos chama para que a subamos. Talvez todo o ensinamento de uma montanha seja que a transportamos inteira dentro de nós, tanto a exterior como a interior. 
Por vezes, procuramos e procuramos a montanha sem a encontrarmos, até que chega a altura em que já estamos suficientemente motivados e preparados para encontrar um caminho, primeiro na base, depois até ao cimo.

A subida da montanha é uma metáfora poderosa para a procura da vida, para a jornada espiritual, o caminho do crescimento, transformação e compreensão. 
As dificuldades árduas que encontramos ao longo do caminho personificam os próprios desafios de que precisamos para nos alongarmos e expandirmos as nossas fronteiras. No fim, é a própria vida que é a montanha, o professor, servindo-nos oportunidades perfeitas para fazermos o trabalho interior de crescimento e força e sabedoria. E temos que fazer muita aprendizagem e crescimento assim que escolhemos encetar a jornada. Os riscos são consideráveis, os sacrifícios temerosos, o resultado sempre incerto. É a escalada em si que é a aventura, e não simplesmente sentar-se no topo. 

Primeiro aprendemos como é na base. Só mais tarde é que encontramos as rampas, e talvez finalmente, o cimo. Mas não se pode permanecer no topo de uma montanha. A jornada não está completa sem a descida, o voltar sobre os seus próprios passos e ver o conjunto uma vez mais de longe. Mas por se ter estado no cimo, contudo, ganhou uma nova perspectiva, e poderá mudar o seu modo de ver para sempre. 

Jon Kabat-Zinn


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