quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Abraçar o medo




Durante muito tempo, contemplamos o medo, como um inimigo, como essa energia que te limita e te impede de realizar o que o teu Ser profundo anseia... A resistência a fluir, o bloqueio, o sofrimento, a angústia, o desespero... Logo é uma batalha, essa luta para nos livrarmos dos seus tentáculos, o enfrentar o monstro... O monstro só é monstro porque o evito, porque não quero vê-lo, e muito menos abraçá-lo... O monstro é monstro porque não o reconheço nem o amo.
Em nós, o medo físico e biológico preserva-nos física e biologicamente, o medo psicológico preserva-nos psicologicamente.
O medo preserva o conhecido, o amor apela ao desconhecido, mas ambos são indiscutivelmente necessários tanto para a evolução da vida individual como da vida cósmica. Assim, o medo não é nenhum monstro, nenhum inimigo terrível que nos amarga a experiência...
O medo é um filho do Amor, o seu trabalho é proteger-te, compensar o teu desenvolvimento naturalmente...

Reprimir um sentimento é reprimir todos; se reprimimos o medo reprimimos o amor, se reprimimos a ira reprimimos a compaixão.
Quando observamos o medo, em lugar de reprimi-lo, podemos simplesmente, abrirmo-nos a ele, senti-lo plenamente, permiti-lo ser...
Então, poderemos descobrir que a experiência básica do medo "não é assim tão monstruosa". Quando simplesmente sentimos o medo, sem prestar atenção à história mental que o acompanha, quando o "respiramos", então descobrimos que "não é para tanto"; descobrimos dor emocional, mas ao fluir no coração observas que esta dor começa a mudar, transforma-se... Isto é o que significa processar o medo pelo coração.

Antonio Consuegra Sebastián

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