quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A Sombra nos relacionamentos






A polaridade da nossa consciência faz com que não estejamos conscientes da nossa totalidade, mas que nos identifiquemos sempre apenas com uma parte do Ser. A essa parte chamamos EU. O que nos falta é a sombra que por definição, não conhecemos.

O caminho do ser humano é o caminho rumo a uma consciência mais elevada. Ele é continuamente obrigado a tornar conscientes partes até então inconscientes da sua sombra e integrá-las na sua auto-imagem. Este processo de aprendizagem não terá fim enquanto não tivermos uma consciência perfeita, enquanto não formos "perfeitos".

A nossa missão é tornarmo-nos conscientes da nossa sombra. No entanto, só o podemos fazer através do recurso da projecção. Precisamos encontrar o que nos falta através do mundo exterior, embora isso esteja de facto dentro de nós, o tempo todo.
Podemos imaginar que a sombra se compõe de camadas. Existem camadas profundas que nos causam terror e das quais temos muito medo, e há camadas que ficam perto da superfície e esperam ser tornadas conscientes.
Se eu encontrar alguém que vive naquele âmbito que, em mim mesmo, permanece na camada superior da sombra, apaixono-me por essa pessoa. Contudo, as palavras outra pessoa não se referem unicamente aquela pessoa real que vive no exterior, mas também aquela pessoa interior representada pelo aspecto inconsciente da minha própria sombra, já que ambas são, em última análise, a mesma. 
Aquilo que amamos ou adiamos nas outras pessoas está, afinal dentro de nós mesmos. Assim sendo, falamos em amor, quando alguém reflecte um aspecto da sombra que gostaríamos de tornar consciente; e falamos de ódio quando alguém reflecte uma camada muito profunda da nossa sombra com a qual ainda não nos queremos defrontar. 
Achamos o sexo oposto atraente porque ele nos falta. Muitas vezes temos medo do sexo oposto, pelo facto de ele nos ser desconhecido. O encontro com um parceiro é o encontro com o aspecto desconhecido da nossa própria alma. Quando estiver bem claro esse dinamismo por meio do qual se reflectem no outro alguns âmbitos da própria sombra veremos sob nova luz os problemas conjugais. Todas as dificuldades que temos com o nosso companheiro são dificuldades que temos connosco mesmos. 

in "A Doença como Caminho"

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