domingo, 12 de agosto de 2012

SEREI IDEALISTA OU REALISTA?







Perguntei uma vez a um amigo qual era o seu chamamento. Respondeu-me que não pensa na sua vida em termos de chamamento ou de algum propósito mais elevado. "Não sou um idealista", disse ele, "mas um realista". 
O realista é considerado o pragmático, a pessoa que tem os pés bem assentes na terra. 
O idealista é visto como o sonhador, aquele que tem os olhos no horizonte e devota o seu tempo a pensar em chamamento e propósito. 
No entanto, quando colocamos o realismo e o idealismo frente a frente - quando vivemos como se ter ideais e sonhos fosse irrealista e desprendido - acabamos por ficar amarrados a uma falsa dicotomia. 
Ser idealista é ser realista no sentido mais profundo, é ser verdadeiro para com a nossa natureza real. 
Somos constituídos de tal forma que precisamos que as nossas vidas tenham significado. Sem um propósito   mais elevado, uma vocação, um ideal, não conseguimos atingir as nossas possibilidades de felicidade total. Apesar de não estar a defender que o sonho se deva sobrepor à acção (ambos são importantes), existe uma verdade significativa que muitos realistas, principalmente os corredores desenfreados, ignoram: Ser idealista é ser realista.
Ser idealista é ter uma noção de propósito que abrange a nossa vida como um todo. 
Devemos possuir um propósito autogerado que possua significado e não um propósito ditados pelas normas e expectativas sociais. Como referiu George Bernard Shaw: "Esta é a verdadeira alegria da vida, sermos usados para um propósito reconhecido por nós como um forte propósito."
Pessoas diferentes encontram significados diferentes em coisas diferentes. Poderemos encontrar a nossa vocação ao iniciar um negócio, trabalhar num refúgio de sem-abrigos, educar crianças, praticar medicina ou fazer mobília. O importante é que escolhamos o nosso propósito em harmonia com os nosso próprios valores, em lugar de nos conformarmos com a expectativas dos outros. 
Um analista financeiro que encontre significado e prazer no seu trabalho, que esteja nesta profissão pelas razões certas, tem uma vida mais espiritual e realizada do que um monge que esteja na sua religião pelas razões erradas. 

Tal Ben-Shahar

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