quarta-feira, 17 de outubro de 2012

EU DESABAFO OU QUEIXO-ME?


"Se tem remédio, porque te queixas?
Se não tem, porque te queixas?

                         Henry Ford





Há uma grande diferença entre desabafar e queixar. 
Enquanto que quem desabafa esvazia a tensão pondo em palavras uma situação dolorosa, quem se queixa, pelo contrário, nega o próprio poder e resiste a aceitar e assumir a realidade que lhe toca. 
O desabafo estabelece-se desde a partilha e aceitação, a queixa, desenvolve-se sem uma visão de conjunto. A queixa esquece a transitoriedade de todos os estados mentais e a fluidez, constante das ideias. 

Todo o problema tem uma solução, assim com um veneno tem antídoto. Se a solução possível não é imediata ou se não se deixa ver porque está bloqueada, convém aceitar a situação com urgência, de forma que a pressão emocional não se arraste a todo o sistema e o único escape que se possa vislumbrar seja uma queixa estéril. 
A queixa é regressiva porque paraliza a acção e bloqueia o futuro. Assinala que algo na mente não aceita a frustração produzida pelas expectativas que foram colocadas. 

De que serve queixar??

Ninguém beneficia do "canto mediocre" de alguém que se nega a si mesmo. Todos sabemos que se o problema tem remédio, o que devemos fazer é actuar, e se não tem, recordemos que o queixume não resolve nem melhora, em todo o caso ofusca e obscurece, bloqueando as brisas da alma.
Por acaso, o feito de se recrear no vitimismo alivia a frustração que produz o que não saiu como se esperava? Ser vitima do destino, por acaso não é uma opção interna?

Uma coisa é rezar ao Universo para que cresça a força e com ela superar a própria carga, e outra muito diferente é passar facturas das nossas frustrações...
Aceitar a frustração é uma competência emocional que se alcança através do cultivo do nosso jardim interior e alcançar a maturidade plena
Talvez uma pessoa num dia obscuro, se pergunte: " Eu escolhi de alguma forma este destino??". E talvez não haja resposta. A leis da mente afirmam que tudo o que cada um conseguiu nas ordens da existência é o que um dia pensou que chegaria a ser merecido. 
O que hoje rodeia a nossa vida é o resultado dos nossos sonhos e crenças passadas acerca do que um dia seremos capazes de alcançar. Convém pensar, que para mudar a vida e viver em paz próspera, merece a pena esquecer a sorte e as lotarias. 
O melhor será mudar os nossos pensamentos e sintonizar com o EU profundo.
Na realidade, uma vez mais conscientes, é possível reinventar a nossa existência. 

José Maria Doria

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