quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Reagir...






Reagimos com fúria, culpa, vergonha, ódio a nós próprios, preocupação, dor, gestos controlados, atitudes de zelo, depressão, desespero e fúria. Reagimos com medo e ansiedade.
Reagir faz parte da vida. Faz parte de interagir e de estar vivo e ser humano.

Podemos ter começado a reagir e a responder urgente e compulsivamente em moldes que nos magoam. Só sentir que é urgente e compulsivo é suficiente para nos magoar. Mantemo-nos num estado de crise, com a adrenalina a fluir, os músculos tensos, prontos a reagir a emergências que geralmente, não são emergências. 
Alguém faz alguma coisa, por isso temos que responder fazendo também. Alguém diz alguma coisa, por isso temos de dizer também. Alguém sente-se de certa maneira, temos de nos sentir também. Saltamos para o primeiro sentimento que se nos depara e nadamos nele. Agarramos o primeiro pensamento que nos vem à cabeça e elaboramos sobre ele. Dizemos a primeira coisa que temos na ponta da língua e, por vezes, arrependemo-nos. Fazemos a primeira coisa que nos ocorre, geralmente sem pensar. É esse o problema: reagimos sem pensar- sem pensar seriamente o que precisamos, de facto, de fazer e como queremos lidar com a situação.
As nossas emoções e comporamentos estão a ser controlados- dessencadeados- por tudo e todos que nos rodeiam. Estamos indirectamente, a permitir aos outros que nos digam o que fazer, Isso significa que perdemos o controlo. Estamos a ser controlados.

Quando reagimos estamos a ser privados da nossa capacidade pessoal de pensar, sentir e agir no nosso melhor interesse. Permitimos que os outros determinem quando seremos felizes, quando estaremos em paz, quando estaremos aborrecidos e o que diremos, faremos, pensaremos e sentiremos. Entregamos o nosso direito de nos sentirmos em paz ao capricho do que nos rodeia. Somos como um pedacinho de papel numa tempestade, arrastado por todos os ventos. 

Então porque o fazemos?
Reagimos porque estamos ansiosos e com medo do que aconteceu, do que pode acontecer e do que está a acontecer.
Muitos de nós reagem como se tudo fosse uma crise, porque vivemos com tantas crises durante tanto tempo que a reacção às crises se tornou um hábito. 
Reagimos porque pensamos que as coisas não deviam estar a acontecer da maneira que estão.
Reagimos porque a maior parte das pessoas reage. 
Reagimos porque achamos que temos que reagir. 
Não temos. 
Não temos de ter tanto medo das pessoas. São apenas pessoas como nós
Não temos de abdicar da nossa paz. Não ajuda. Quando estamos tranquilos temos mais recursos disponíveis do que quando estamos frenéticos e caóticos, porque a nossa mente e emoções estão livres para atingir o seu máximo desempenho. 
Não temos que levar as coisas tão a sério ( a nós, aos acontecimentos e aos outros). Há coisas que podem ser tristes, muito más e desagradáveis, mas a única coisas que é o fim do mundo é o fim do mundo.

Melody Beattie


Sem comentários:

Enviar um comentário