quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

"Olhar para dentro"






Na verdade, já todos o fazemos.
Quando nos perguntam como nos sentimos, ou o que pensamos sobre algo, ou se não nos teremos esquecido de trancar a porta das traseiras, olhamos imediatamente para dentro em busca da resposta. O foco da nossa atenção transfere-se do mundo exterior para o interior.

O que procuramos quando olhamos para dentro? Um mundo de plenitude, atravessado por pensamentos, sentimentos, sensações, memórias, esperanças, desejos, sonhos e medos. Ninguém fica indiferente ao seu fascínio. Nele vivemos a experiência de sermos nós próprios e tudo o mais que possamos imaginar. Todavia, todas as experiências agradáveis têm contraponto doloroso.
É este o ponto de partida do crescimento espiritual, pois, ao perceberem que a origem do seu sofrimento se situava dentro deles - através de pensamentos dolorosos, recordações, mais presságios e culpa - os seres humanos lançaram-se na busca de uma solução.
Será possível olhar para dentro sem sentir sofrimento? Mesmo quando nos sentimos felizes e o dia nos corre bem, é impossível evitar a sombra das coisas más que hão de sobrevir. Não é pois, no plano do pensamento que reside a cura para o sofrimento, já que nenhum de nós tem controlo sobre os pensamentos dolorosos. 
Existe um outro nível da mente onde impera o silêncio. Se conseguirmos escutar este silêncio, a nossa mente começará a transformar-se e, em vez de ser dominada pelo medo, pela culpa e por outras formas de sofrimento interior, passará a ser dominada por um estado de tranquilidade e constância. Deste estado, nasce uma sensação de bem-estar e um sentimento de segurança. Se soubermos preservá-lo e continuarmos a praticar o silêncio interior a tranquilidade começará a a surgir, seguida da alegria e da felicidade. 
É esta a revelação do verdadeiro eu e o que significa "olhar para dentro". 


Deepak Chopra

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