quinta-feira, 30 de maio de 2013

"Deixar o ninho..." e Voar






"Deixar o ninho", em termos psicológicos é uma das tarefas mais difíceis da vida. 
A dependência introduz-se na vida de muitas e variadas formas e derrotá-la por completo torna-se mais difícil devido ao grande número de pessoas que beneficiam da dependência psicológica de outra. 
A independência psicológica significa liberdade total de todas as relações obrigatórias e a ausência de comportamentos orientados para os outros. Significa não termos de fazer algo que, se o relacionamento não existisse, não escolheríamos fazer. 
A história de "deixar o ninho" torna-se particularmente difícil porque a sociedade nos ensina a satisfazer determinadas expectativas em relacionamentos especiais, como aqueles que temos com os pais, com os filhos, com figuras de autoridade e com entes queridos. 

"Deixar o ninho" quer dizer que você se torna você mesmo, vivendo como prefere e escolhendo os comportamentos que deseja ter. 
Não significa que corte relações com quem quer que seja. Se gosta da sua maneira de interagir com alguém e isso não interfere nos objectivos que quer atingir, então essa relação é algo que deve preservar, em lugar de a mudar. 
Por outro lado, a dependência psicológica significa que você tem relacionamentos em que não lhe é permitido escolher, uma relação em que é obrigado a ser algo que não quer ser e em que se ressente da forma como é forçado a comportar-se. 

Se deseja ter algum tipo de relacionamento, isso não é doentio. Contudo, se precisa dele ou é obrigado a mantê-lo, ressentindo-se disso, então está numa área autodestrutiva. 
É a obrigação que constitui um problema e não o relacionamento em si. A obrigação desenvolve sentimentos de culpa e dependência, ao passo que a escolha nutre amor e independência.
Não existe escolha num relacionamento de dependência psicológica e, como resultado, haverá sempre indignação e sentimentos doentios numa aliança deste género.

Ser-se psicologicamente independente implica não necessitarmos dos outros. Repare que não disse querer os outros, mas necessitar. A partir do momento em que necessita dos outros torna-se vulnerável, um escravo. 

A chave de uma vivência e de uma educação funcionais é a independência. Da mesma forma, o segredo de um casamento funcional é uma fusão mínima e autonomia e autoconfiança máximas. 
E embora, possa recear verdadeiramente libertar-se das relações de dependência, se interroga-se aqueles de quem depende emocionalmente, constataria, com surpresa, que eles admiram mais os que agem e pensam pela sua cabeça.
Temos uma ironia: você ganha a maior consideração possível por ser independente, particularmente da parte daqueles que mais se esforçam por mantê-lo subordinado. 
O ninho paterno é um lugar maravilhoso para uma criança se desenvolver, mas deixá-lo é ainda mais bonito e pode ser visto dessa maneira tanto pela pessoa que parte, como por aquela que a observa a levantar voo. 

Wayne W. Dyer


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